Certa vez, a fim de estabelecer networking, visitei
uma feira de um determinado segmento – tendo em vista que normalmente os
diretores das empresas estão presentes nos estandes. Ao conversar com o diretor
de uma empresa, apresentei o trabalho que realizo com foco em treinamento e
desenvolvimento de pessoas e solicitei a possibilidade dele me franquear uma
oportunidade de realização em sua empresa. Trocamos cartões e ele me disse que
eu poderia visitá-lo na semana seguinte para acertar os detalhes e agendarmos a
data do treinamento. Conforme combinado, cheguei no horário marcado para a
reunião, mas ele estava saindo e me disse: “Surgiu um imprevisto e tenho que
atender um problema de família, mas pode conversar com a encarregada de RH,
pois já sinalizei para ela da necessidade de realização do seu trabalho para
nossos colaboradores”.
A encarregada me atendeu e dei maiores informações sobre o
meu trabalho. Ela pontuou que de fato havia necessidade, mas percebi que
começou a criar empecilhos quanto à data de realização. Enfim, saí da empresa
sem conseguir agendar o treinamento, ainda que o diretor tivesse dado carta
branca para fazê-lo. Posteriormente, liguei algumas vezes, mas nunca conseguia
falar com ela (se mostrava inacessível) e quando conseguia ela continuava
postergando a realização.
Obtive novamente contato com o diretor e expliquei o que
estava acontecendo, de pronto ele mesmo agendou a data e todos os detalhes para
realização. Depois, numa conversa em particular, ele me disse que
constantemente enfrentava dificuldades com a encarregada de RH, ou seja, mesmo
ele pontuando a necessidade de fornecedores de outsourcing de RH, no que
tange treinamentos, palestras e consultorias, ela criava resistência ao se
sentir ameaçada por um trabalho externo.
A profissional do relato acima representa uma parcela de
profissionais da área de RH, que usam a sua posição, a fim de bloquear a
entrada e realização de ações de cunho capacitacional ou de qualquer fornecedor
de outsourcing de RH. Tais profissionais agem assim porque se sentem
ameaçados com a presença de um consultor externo, temem que seus gaps de
competências sejam revelados. Mesmo profissionais mais preparados, muitas
vezes, oferecem resistência simplesmente porque querem brilhar sozinhos. No
entanto, já não é mais possível que uma organização possa permitir que pessoas
assim continuem em suas fileiras ou atuem dessa maneira, pois não é praticável
que uma organização possa criar vantagem competitiva apenas capturando
internamente expertise para ações com foco em Capital Humano, mesmo que tenha
disponibilidade e capacidade interna para executar tais atividades. A
terceirização de serviços com foco em Capital Humano tem se revelado uma solução
eficaz e estratégica para a área de RH e consequentemente para as organizações.
Enquanto existe uma parcela de profissionais de RH que se
valem da possibilidade de alocar consultores externos, claro que adequadamente
competentes e preparados, temos outra parcela (como mencionado acima) que
pretere todo tipo de trabalho oriundo de terceirização. Os profissionais de RH
que valorizam o trabalho de outsourcing de RH tendem a alavancar a sua
área perante os stakeholders da
organização. Portanto, é preciso que as organizações e especificamente aqueles
que estão acima da área de RH fiquem atentos para inibir a ação deletéria de
muitos profissionais de RH, que ao invés de jogarem a favor da empresa estão
jogando contra.
*Alcides Ferri tem formação Superior em
Recursos Humanos e Pós-Graduado em Gestão Estratégica de Pessoas. Experiência
de 14 anos na área de Recursos Humanos. Experiência de 09 anos na área
Administrativa/Financeira. Atuou nos segmentos de Construção Civil, Rede
Educacional/Religiosa e Consultoria de RH. Participante ativo no CONARH –
Congresso Nacional sobre Gestão de Pessoas, com projetos voltados para área de
RH. Atualmente atua como Consultor em RH e Palestrante
Motivacional/Comportamental - realizando palestras, in company, na área
de Treinamento e Desenvolvimento, objetivando inspirar e persuadir as pessoas a
se engajarem na busca constante de seu autodesenvolvimento, visando à superação
das lacunas e carências existentes em suas competências a fim de atingirem
sustentabilidade na carreira. Como Consultor, propõe ações interventivas,
quando solicitado pelas empresas, que podem ser efetivamente aplicadas para
solucionar problemas e conduzir ao aperfeiçoamento no que tange a Gestão de
Pessoas.
Contato: alcidesferri@bol.com.brhttp://www.alcidesferri.blogspot.com/
Excelente artigo! Essa é uma grande realidade!
ResponderExcluirRenato Prandi
Muito interessante este assunto! Gostei!
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