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Formação Superior em Recursos Humanos, Pós-Graduado em Gestão Estratégica de Pessoas e curso de Liderança Aplicada. Experiência de 14 anos na área de Recursos Humanos. Experiência de 09 anos na área Administrativa/Financeira. Atuou nos segmentos de Construção Civil, Rede Educacional/Religiosa e Consultoria de RH. Atualmente atua como Consultor em RH e Palestrante Motivacional/Comportamental - realizando palestras e treinamentos, in company, objetivando inspirar e persuadir as pessoas a se engajarem na busca constante de seu autodesenvolvimento, visando à superação das lacunas e carências existentes em suas competências a fim de atingirem sustentabilidade na carreira. Como Consultor, propõe ações interventivas, quando solicitado pelas empresas, que podem ser efetivamente aplicadas para solucionar problemas e conduzir ao aperfeiçoamento no que tange a Gestão de Pessoas. Coautor do Livro Ser + com T&D - Estratégias e Ferramentas de Treinamento e Desenvolvimento para o Mundo Corporativo.

16 de mar. de 2010

A chamada geração Y se tornará uma geração ingênua?

O "conflito de gerações" persiste em um elemento básico da análise social e política americana. A noção de que circunstâncias particulares e as experiências de cada grupo bem-sucedido o imbui com percepções, crenças e valores distintos parece intuitivamente racional e atraente. É também lisonjeira. Numa cultura de mercado de massas, pertencer a um grupo distinto, mesmo que englobe muitos milhões, contribui para um sentido de identidade. Numa pesquisa Gallup, feita em 1969, 74% dos americanos acreditavam no conflito de gerações. Uma pesquisa realizada no ano passado indicou que, hoje, 79% acreditam nisso.
Entre 1969 e hoje, as gerações, é claro, mudaram. Naquela época nós tínhamos os baby boomers (hoje entre 46 e 64 anos), que se aliaram numa batalha contra as gerações da 2.ª Guerra Mundial e da Grande Depressão. Hoje, a chamada geração Y, ou geração da internet (aqueles com menos de 29 anos), e a geração X (entre 30 e 45 anos) competem com os boomers e os americanos com 65 anos ou mais. As fronteiras exatas entre as gerações são, de alguma maneira, arbitrárias, e outras diferenças individuais (como renda, religião, educação, geografia) também são mais importantes. Mas os contrastes entre elas ajudam a traçar as mudanças e a continuidade nos Estados Unidos.
Examinemos um estudo dos 50 milhões de jovens da geração Y realizado pelo Pew Research Center. O estudo descobriu alguns fatos surpreendentes e outros nem tanto. Entre os surpreendentes (para mim): quase dois quintos dos jovens que integram a geração Y usam tatuagem, em comparação com os da geração X, um terço deles, e apenas 15% na geração mais velha. O que não me surpreendeu: a geração Y é a primeira geração verdadeiramente digital. Três quartos dos jovens criaram um perfil no Facebook ou em algum outro site social. Somente metade da geração X e 30% dos baby boomers se interessam por isso. Um quinto dos jovens da geração Y postou vídeos deles próprios na internet, muito mais do que os da geração X (6%) ou a geração mais velha (2%).
Sob muitos aspectos, os jovens da geração Y expandem muito pouco as tendências sociais. Desde o fim do alistamento militar, nos anos 70, a prestação do serviço ficou mais rara. Apenas 2% da geração Y é veterana; numa idade similar, 13% da velha geração e 24% dos mais velhos serviram o Exército.
Cada geração mais jovem mostra mais abertura do ponto de vista racial e sexual. Metade dessa geração defende o casamento gay; entre os "baby boomers" e os ainda mais velhos, o apoio chega a um terço e um quarto, respectivamente. Só 5% da geração Y se opõe a casamentos inter-raciais, e entre os que têm mais de 65 anos, 26%.
O estudo do Pew Center indagou sobre o que é ter um casamento bem-sucedido. Mais de quatro quintos de todos os grupos de idade disseram ser muitíssimo importante. A crença em Deus é generalizada: atinge 64% dos jovens da geração Y e 73% daqueles com mais 30 anos. Existe um consenso sobre muitos valores, mesmo se os ideais (casamento estável, por exemplo) são com frequência transgredidos.
Mas há uma tendência a se exagerar as generalizações, reduzir a importância da cultura nacional e ignorar as diferenças individuais. O estereótipo nos anos 60 dos baby boomers - um exemplo óbvio - como pessoas usuárias de droga, obcecadas por sexo, que desafiam a autoridade, libertinos anticapitalistas, foi derrubado. Mas, para os jovens de hoje, uma área tem muita importância: a economia. A violenta crise econômica atingiu duramente esses jovens. De acordo com o Pew Center, quase dois quintos daqueles entre 18 e 29 anos (37%) estão desempregados, "a mais alta porcentagem (...) em mais de três décadas".
Apenas 41% têm emprego em período integral, uma queda em relação aos 50% de 2006. Proporcionalmente, mais jovens dessa nova geração perderam recentemente seu emprego (10%) do que os da geração de mais de 30 (6%). Cerca de um terço dos entrevistados disse estar recebendo ajuda financeira da família, e 13% daqueles em idade entre 22 e 29 anos voltaram a viver com os pais.
Esses efeitos adversos devem perdurar. Um estudo frequentemente citado, realizado pela economista Lisa Kahn, da Universidade Yale, concluiu que jovens formados em faculdade e que entram no mercado de trabalho onde a taxa de desemprego é alta recebem um salário menor, e isso pode durar duas décadas. Escrevendo na revista The Atlantic, Don Peck disse que muitos jovens da geração Y foram mimados, achando que têm direitos, e estão mal preparados para um "ambiente econômico difícil".
Não têm a persistência e imaginação para enfrentar uma situação e se sair bem.
Essa acusação é injusta. Pela minha experiência pessoal, esses jovens são aplicados, disciplinados e determinados diante de uma frustração. De qualquer maneira, mais noticias ruins podem estar à frente. À medida que os baby boomers se aposentam, o crescimento dos gastos federais com a Previdência Social, o Medicare e o Medicaid podem aumentar os impostos que os jovens terão de arcar e encolher outros programas do governo. Será mais difícil começar a desenvolver uma família.
Eles podem se tornar uma geração ingênua. Eles devem pagar pelos pecados econômicos dos mais velhos, particularmente o fracasso deles em antecipar os custos previsíveis da aposentadoria dos baby boomers.
O que leva a uma pergunta: em 2008, um em cada dois desses jovens votou em Barack Obama; nas pesquisas, eles dizem estar mais dispostos do que americanos mais idosos a um governo ativista e que interfira na economia. Mas seu ardor por Obama já está esfriando.
Os impostos mais altos vão abrandar seu entusiasmo pelo governo?

Escrito por (Robert J. Samuelson - O Estadao de S.Paulo )
/TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO
O AUTOR ESCREVE PARA O "THE WASHINGTON POST"

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